Wednesday, October 14, 2009

Colégico D. Diogo de Sousa: talentos na Torre de Menagem



São sessenta quadros – número igual aos anos de existência do Colégio Dom Diogo de Sousa – que trinta alunos apresentam no Torre de Menagem até ao dia 18 deste mês e traduzem “Um olhar sobre os outros”, através dos uso de materiais diversos.

A exposição “enche” os três pisos daquele monumento medieval de Braga e resulta de um projecto desenvolvido na disciplina de Desenho, impulsionado pela prof. Bárbara Fonte, no qual participaram alunos do 10.º ao 12.º anos.

O Director do Colégio, na sessão inaugural, acompanhada de música e da recitação de um poema por Ana Gomes, agradeceu aos professores esta iniciativa que envolveu os alunos de Artes e alguns alunos antigos que já frequentam o ensino superior.

Naquele magnífico espaço, entre as 14,30 e as 18 horas, diariamente, podem ser apreciados trabalhos em Tinta da China, óleos, lápis de cor e carvão em que os alunos realizam a sua interpretação pessoal de diversos aspectos da figura humana.

Uns interpretaram obras de autores, outros traduziram em desenho fotografias célebres mas a maioria escolheu apresentar o seu olhar sobre a figura humana nas suas emoções, nos rostos, nas posições do corpo.

A mostra, pela sua qualidade e diversidade de “olhares” constitui uma fonte de inspiração para jovens bracarenses e outros alunos do Colégio D. Diogo de Sousa que pretendam seguir a carreira das artes.

Diogo Bessa e Joana Almeida explicaram aos convidados da sessão inauguram que a exposição está dividida em três grandes áreas: pintura, fotografia e desenho. Nos trabalhos, explica Diogo Bessa, “procuramos ver através dos outros, a partir de outros criadores e apresentar novas interpretações filtrados pelas nossas íntimas experiências”.





Joana Almeida sublinhou que esta mostra apresenta uma perspectiva de efectiva vivência e de partilha” através da qual “os alunos de artes contribuíram para a comemoração dos prestigiados 60 anos do Colégio”.

A maioria dos artistas não escondeu a sua alegria, face ao número de pessoas que aderiram à inauguração da exposição, porque não é todos os dias que têm a oportunidade de realizar uma exposição, ainda por cima num local tão emblemático para a cidade de Braga.



Thursday, October 8, 2009

Braga: um contrato para cumprir

Não prometem um comboio para S. Pedro d’Este e muito menos acções para cem dias que estão fora das competências legais do município, mas um contrato com os bracarenses que é para cumprir e tem a duração de 1441 dias.

Os bracarenses habituaram-se a que Mesquita Machado não prometessem o sol e a lua nem “chuva no nabal e sol na eira”, porque a experiência de Mesquita Machado determina realismo e seriedade nas propostas que são apresentadas pelos socialistas.

Mesquita Machado é o primeiro subscritor do contrato que os candidatos socialistas apresentam nas freguesias do concelho de Braga. Essa é a garantia de que esses contratos vão ser respeitados e merecem toda a confiança.

Mesquita Machado é também o primeiro subscritor de um contrato que o PS apresenta aos munícipes para continuar a desenvolver o concelho de Braga.

Agora parece estar na moda de algumas candidaturas – que enchem a boca com palavras bonitas – a preocupação pela crise económica e social internacional que se abateu também sobre o concelho de Braga.

Não deixa de ter piada – negra, diga-se - que os defensores ideológicos de menos Estado na economia e da liberdade total ao mercado (através de suplementos de economia) que levou àquilo que nós estamos todos a pagar, não tenham pudor em prometer agora mundos e fundos para alegados apoios aos trabalhadores e famílias carenciadas.

Os que defendem a privatização de parte da segurança social, a nível nacional, propõem, em Braga, uma duplicação da Segurança Social, arrebanhando os cofres municipais para uma missão que é desenvolvida – e bem – pela Segurança Social do Estado. É preciso não ter memória.

Pior ainda é sabermos que eles combatem um Estado subsidiodependente – invocando o ditado chinês de oferecer a cana e ensinar a pescar, em vez de oferecer a sardinha – mas despertaram agora para a demagogia de mais subsídios e isenções fiscais municipais.

A honestidade intelectual devia mandar alguns senhores reconhecer o carácter inovador de algumas soluções desencadeadas em Braga por Mesquita Machado e pelos socialistas, a começar nessa medida fantástica que foi o subarrendamento, elogiada ao tempo pelo ministério de Cavaco Silva.

A inteligência dos bracarenses merece que lhes digam quem foi o primeiro município deste país a dizer não a novos bairros sociais. Foi Braga e só depois o Estado abandonou esta solução para as famílias carenciadas e desestruturadas.

A memória dos bracarenses não deixa que passem uma esfregona sobre a ideia de criar uma empresa municipal voltada para as questões habitacionais, educativas e familiares: a BragaHabit com os vários programas de apoio a essa carência básica que é a habitação ou projecto premiado a nível nacional do Bragabrinca para a integração social, educativa e cultural das minorias.

A credibilidade de qualquer alternativa devia reconhecer que o verdadeiro apoio às famílias, para suavizar as suas contas mensais, enraíza-se numa tabela de tarifas de serviços básicos (água, saneamento, resíduos, transportes) que fazem os presidentes dos municípios vizinhos (Famalicão e Barcelos) perguntar: como é que o Mesquita Machado consegue estes preços tão baixos?

Porque Mesquita Machado não entregou aos privados estes serviços públicos e fundamentais para os bracarenses.

A credibilidade de um candidato sustenta-se também no reconhecimento de uma política de coesão de todo o concelho: as pessoas das freguesias, tendo em conta os investimentos feitos pela gestão socialista, gostam de viver nas suas aldeias. Não fugiram em massa para a grande cidade que continua a acolher – isso sim – pessoas vindas de concelhos vizinhos do interior.

Os bracarenses das nossas freguesias sentem-se bem na sua terra. A gestão do PS contribui para a unidade de um concelho e diminui as assimetrias, através do investimento público prioritário e promotor de qualidade-de-vida. Digam que não houve nem há planeamento, agora.

A ampla e eficaz rede de comunicações e transportes em
todo o concelho, facilita a mobilidade entre as freguesias e evita o excessivo congestionamento da área urbana. Ou esquecemos o efeito dos transportes escolares no orçamento das famílias?

O combate às desigualdades e à discriminação social e económica começou com a aposta na rede pública de ensino pré-primário, na qual Braga foi um dos primeiros municípios com cobertura integral ao nível das freguesias.

Mesquita Machado compreendeu há muitos anos os benefícios da escolaridade pré-primária na formação das pessoas, e o PS soube perceber que este benefício não podia ser apenas privilégio de alguns, com mais possibilidades financeiras.

É este capital de experiência de Mesquita Machado, carregado de inovação em cada um dos trinta e tal anos, que os bracarenses não podem desperdiçar quando a União Europeia contempla Braga com quase 70 milhões de euros para projectos que antecipam o futuro de Braga como cidade do conhecimento, da ciência e da modernidade.

Não votar, no Domingo, é deitar ao lixo a oportunidade de construir o futuro de Braga, com mais e melhor qualidade.

Wednesday, October 7, 2009

Braga é fantástico: um texto insuspeito

"Braga é fantástico" é o título de um texto de Miguel Esteves Cardoso, na revista "J" do jornal o jogo que não resisto a partilhar consigo, dada a insuspeição do seu autor. É uma lição para alguns bracarenses que não encontram nada que lhes sirva na Cidade de Braga.

"Às vezes, fica-se com a impressão que é Braga que deveria mandar neste país. Veio do Sporting de Braga o treinador que está a salvar o Benfica. Mas, mesmo sem esse treinador, o Sporting de Braga está em primeiro lugar.

Acho que o Sporting de Braga é o único clube de que todos os portugueses gostam secretamente. Os benfiquistas acham que eles são do Benfica; os do Sporting apontam para o nome e os portistas, por muito que lhes custe, são nortenhos e não se pode ser nortenho sem gostar de Braga.

Toda a gente tem medo - e com razão - do Sporting de Braga. Há a mania de engraçar com a Académica de Coimbra ou com o Belenenses, mas são amores fáceis, que não fazem medo nem potenciam tragédias.

O Sporting de Braga não se presta a essas condescendências simpáticas. É po ser temido que o admiramos. Mais do que genica, tem brio. É uma atitude com que se nasce; não se pode ensinar nem aprender.

A primeira vez que fui a Braga já estava à espera de encontrar uma cidade grande e diferente de todas as outras. Mas fiquei siderado. Acho que Braga se dá a conhecer a quem lá entra, sem receios ou desejos de impressionar.

A primeira impressão foi a modernidade de Braga - pareceu-me Portugal, mas no futuro. E num futuro feliz. O Porto e Lisboa são mais provincianos do que Braga; tem mais complexos; tem mais manias; tem mais questiúnculas por resolver e mais coisas para provar.

Braga fez-me lembrar Milão. É verdade. Eu adoro Milão mas Milão é (mais ou menos) Italiano, enquanto Braga é descaradamente português. Havia muitas motas; muitas luzes; muita alegria; muito à-vontade.

Lisboa e Porto digladiam-se; confrontam-se; definem-se por oposição uma à outra. Braga está-se nas tintas. E Coimbra - que é outra cidade feliz de Portugal - também é muito gira, mas não tem o poderio e a prosperidade de Braga.

Em Braga, ninguém está preocupado com a afirmação de Braga em Portugal ou no mundo. Braga já era e Braga continua a ser. Sem ir a Roma, só em Braga se compreende o sentido da palavra "Augusta". Em contrapartida, na Rua Augusta, em Lisboa, não há boa vontade que chegue para nos convencer que o adjectivo tenha proveniência romana. A Rua Augusta é "augusta" como a Avenida da Liberdade é da "liberdade" e a Avenida dos Aliados é dos "aliados", mas Braga é augusta no sentido original, conferido pelo próprio Augusto.

Em Braga, a questão de se "comer bem" ou "comer mal" não existe. Come-se. E, para se comer, não pode ser mal. Pronto. Em Lisboa, por muito bem que se conheçam os poucos bons restaurantes, está-se sempre à espera de uma desilusãozinha.

No Porto, apesar de ser difícil, ainda se consegue arranjar alguma ansiedade de se ser mal servido; de ir a um restaurante desconhecido e, por um cósmico azar, comer menos do que bem.

Em Braga isso é impossível. O problema da ansiedade não existe. Braga tem tudo. Passa bem sem nós. Mas nós é que não passamos sem ela, porque os bracarenses ensinam-nos a não perder tempo a medir o comprimento das pilinhas uns dos outros ou a arranjar termómetros de portuguesismo ou de autenticidade.

É por isso que o Sporting de Braga está à frente. Não é por se chamar Sporting. Não é por ter cedido o treinador ao Benfica. O Benfica ganhou muito com isso. Mas é o Sporting de Braga que está à frente.

É por ser de Braga. É uma coisa que, infelizmente, nem todos nós podemos ser.

Fique então apenas a gentileza de ficar aqui dito de ter pena de não ser.