Friday, March 25, 2011

Imperdível: Ministério da Justiça desrespeita Tribunal e gera desespero em Braga

O Centro Distrital de Braga da Segurança Social recusa o subsídio de desemprego a três mulheres que trabalharam no Tribunal Judicial de Braga (entre 1996 e 2007) porque este, apesar de condenado pelo Tribunal de Trabalho e da Relação do Porto, se recusa a emitir a declaração necessária.

Quatro anos de calvário se passaram nesta situação kafkiana inacreditável e inaceitável.

Uma das trabalhadoras (a quem o Tribunal de Braga desrespeitou, despedindo-a ilicitamente e não cumprindo a Sentença de outros Tribunais) foi despejada pelo Tribunal de Braga de sua casa.

Os factos são narrados pelo Presidente de Junta de Freguesia da Sé. António Sousa, no último programa "Debaixo d'Arcada, emitido às quintas-feiras na Rádio Antena Minho, 106 Mhz.

Pode ouvir em www.antena-minho.pt na secção podcast.

http://www.antena-minho.pt/podcasts.php#

No "D. Diogo de Sousa": Floresta determina cor dos nossos animais



O ser humano não sobrevive sem as outras espécies animais e vegetais e a floresta é a maior fonte de biodiversidade, determinando inclusivamente a cor dos animais: estas três máximas científicas foram reafirmadas ontem, em Braga, pelo prof. Catedrático Jubilado da Faculdades de Ciências da Universidade de Coimbra, Jorge Paiva.

O professor, com uma capacidade de comunicação divertida notável, deixou boquiabertos os alunos do Colégio Dom Digo de Sousa durante uma palestra sobre a “Floresta portuguesa e biodiversidade” que assinalou o Dia Mundial da Água neste Ano Internacional da Floresta.

Comparando o corpo humano a um motor que precisa de combustível para fazer a combustão e produzir energia, o prof. Jorge Paiva disse que “o nosso corpo está cheio de motores biológicos que precisam de combustível (comida) que tanto vamos buscar aos animais (leite e carne e peixe) como às plantas (sumos e cereais)”. São várias as fontes (biodiversidade) de combustível para o nosso corpo — a biodiversidade é, assim imprescindível para sobrevivermos” — adiantou o prof. de Ciências Botânicas.

Se é verdade que um corpo animal (humano) cresce, um carro não (mantém sempre o mesmo tamanho) pelo que a fonte de crescimento deve-se à divisão das células que precisam de energia e proteínas (carne e peixe), cujo azoto tóxico é libertado pela urina.

A propósito dos tóxicos que o corpo humano liberta, Jorge Paiva escandalizou os alunos quando revelou que, no “tempo do nosso Viriato, eles bebiam urina para curar doenças e mesmo agora quando uma ferida ganha pus num dedo, se metermos os dedos em urina, a ferida cura-se”.

As plantas também libertam azoto — depois de expostas ao sol que é a sua fonte de energia — e a indústria farmacêutica aproveita os seus restos tóxicos para medicamentos.

Assim, continua o professor de ciências botânicas, “se, os outros seres vivos não tínhamos comida, medicamentos, roupa, mobílias, etc., não sobrevivíamos”.

Neste capítulo, é de primeira importância a biomassa (conjunto de todas as plantas) para alimentar os animais e nós nos alimentarmos delas e deles. Na Terra existem zonas onde as árvores produzem biomassa todo o ano (folhas perenes ou persistentes) e por isso é que há mais animais na floresta que num pardo.

Desta constatação nasce a “necessidade de proteger as florestas porque é aí que há mais biomassa e se fabrica mais oxigênio” — explicou Jorge Paiva afirmando que a floresta da Amazônia é responsável por 40 por cento do oxigénio que a terra precisa.



Cor das plantas determina
a cor dos nossos animais


Geradora de gargalhada admirada foi a segunda parte da palestra, quando Jorge Paiva demonstrou que a cor predominante das árvores da floresta mediterrânica (de filha caduca, amarelecida ou acastanhada) determina a cor dos animais da nossa floresta, todos pardos acastanhados.

Jorge Paiva destacou a biodiversidade da floresta portuguesa, mais rica que a do resto da Europa, compreendendo-se a preocupação da Europa em a proteger. Uma floresta de uma só espécie favorece a progressão dos incêndios e da doenças. Portugal tem uma floresta de carvalhais (apesar do avanço com pinheiro e eucaliptos por acção humana), árvores de folha caduca que dão frutos castanhos e as árvores de folha perene tem frutos coloridos.

Grande parte da nossa floresta foi devorada para lenha e para barcos, seguindo-se a invasão dos pomares. Aquelas árvores que não davam bons frutos davam para fazer gamelas, vimes para a cestaria e tamancos. “Nós vivíamos da floresta, onde existe uma enorme variedade de micro-organismos caçadores de bactérias, de plantas, musgos, fetos, urzes, cogumelos, etc., e com a sua destruição estão a aparecer novas doenças”.

Numa floresta de carvalhais, a cor dos frutos e folhas acastanha-se e os animais que nela habitam e aí se alimentam são castanhos. Socorrendo-se de fotografias, Jorge Paiva apresentou uma série deliciosa de exemplos: esquilo, javali, cabra, urso, raposa, etc. Em Portugal são acastanhados e nas zonas de neve são... brancos.

Friday, March 4, 2011

Arquitecto da Química na UM extasia "D. Diogo de Sousa"





Três alunos do Colégio D. Diogo de Sousa escolheram o casal de cientistas Raquel e Hernâni Maia para deliciar os seus colegas do ensino secundário no âmbito do concurso nacional “Se eu fosse um cientista”. A esposa dedica-se à história da ciência e ele é o verdadeiro arquitecto da química na Universidade do Minho.

No âmbito do Ano Internacional da Química os alunos Manuel Pinho, Ana Rita Fernandes e José Carlos Martins escolheram um cientista (neste caso um casal) para estudar a vida e obra dele(s) e participam neste concurso que vai na segunda fase que consiste num vídeo sobre a “angústia do cientista”.

Eles formam o grupo Novélios – do décimo ao 12.º ano -, coordenados pela Prof. Ana Sofia Vila-Chã e proporcionaram a tarde de segunda-feira um retrato autobiográfico deste casal de cientistas, em que o marido, Hernâni, é o pai da Biotecnologia da Universidade do Minho, após uma adolescência dividida entre o desenho (arquitectura) e as ciências.

Acabou por desistir do desenho (sem nunca o largar) quando ficou fascinado pelo livro “A Origem da Vida” de Stanley Miller que evitou que fosse o pior aluno da turma...

A caminhada de Hernâni Maia incluiu a engenharia química na Universidade do Porto, com 20 valores em Química Orgânica, em 1957,o que lhe abriu as portas para investigação nos aminoácidos e péptidos. Experiência se misturaram na sua vida, como radiografia industrial do arco que suporta a Ponte Arrábida, no Porto, ou deixar esta Universidade e concluir o curso em Coimbra e montar laboratórios e bibliotecas universitárias ou escrever manuais para os alunos.

Na década de 60 vive em Luanda até ler o livro que lhe muda a vida em 1966 e leva para a Universidade de Exeter onde esteve cinco anos. Em 1971, como membro de “The Chemical Society” cria a licenciatura em Química na Universidade de Luanda, sendo o arquitecto do Instituto de Química.

Com o 25 de Abril regressa a Portugal sem emprego e é convidado pela Universidade do Minho para criar a Escola de Química Orgânica, cujos laboratórios desenha, nos pavilhões da Rodovia. Em 1983 organiza em Braga o 1.º encontro sobre a Origem da Vida, com 400 pessoas de todo o mundo, que deixa estupefacto o químico orgânico da NASA, Cyril Ponnamperuna, e contribui para a entrada de Portugal na Comissão Europeia de Péptidos.

Com as instalações definitivas, é ele quem desenha os laboratórios e mobiliário para o Departamento de Química da UM e consegue um financiamento de 1700 mil euros para equipamentos de Biotecnologia e Química Fina da escola bracarense.
No ano de 1993 organiza em Braga o 23.º Simpósio Europeu de Péptidos, com 1200 especialistas de 37 países, antes de participar num projecto europeu que envolve seis universidades e quatro empresas.

Dez anos depois orienta o primeiro mestrado sobre a Origem da vida na UM e em 2006 a sua jubilação estimula um Simpósio onde se reconhece que a Escola de Química Orgânica e o seu centro de investigação são excelentes para as organizações internacionais.

Agora, Hernâni Lopes da Silva Maia, nascido no Porto, em 31 de Março de 1936, dedica-se a escrever livros sobre “A origem da Vida” enquanto a sua equação inicial das moléculas dos péptidos – que o levou a Exeter – era resolvida por uma das suas alunas, uma angolana.



E a Raquel Maia?

Raquel Maria da Cruz Gonçalves Maia, esposa de Hernâni, é doutorada em Química e Professora Catedrática da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa desde 1995, Departamento de Química e Bioquímica.

Entre os autores portugueses de livros de ciência mais produtivos avulta o nome desta professora de Química da Universidade de Lisboa que fez as delícias dos alunos do “secundário” que encheram o auditório do Colégio Dom Diogo de Sousa para a ouvir.

Além de manuais de ciência pura e dura (“Cinética Química”, 1986, com Lídia Albuquerque), ela é autora de livros de divulgação da ciência (“Diálogo sobre os Dois Principais Sistemas do Mundo”, 1998, e “Histórias com Sentidos”, 2002, ), de filosofia da ciência (“Ciência, pós-Ciência e mega-Ciência”, 1991), e de história da ciência (“O Legado de Prometeu”, 2006, e “Laboratórios de Química em Portugal”, 1998, com Ana Luísa Janeira e Maria Estela Guedes).

Como se tudo isso fosse pouco é também autora de alguns romances (“Elementos Alquímicos”, 1995; “Para além da Impressão”, 1996; e “Contos de Azul e Terra”, com Risoleta Pinto Pedro).

Pois acaba de sair mais um volume da mesma autora que pode ser classificado na história das ciências, embora também o possa ser na divulgação científica.

O título “O Legado de Nobel” é parecido com o anterior “O Legado de Prometeu”, mas o subtítulo é agora “Perfis da Ciência do Século XX (1900-1959)” em vez de “Uma Viagem na História das Ciências”.

O foco centra-se na atribuição do primeiro Nobel embora só alguns deles receberam o Prémio Nobel: de facto, dos 18 nomes só sete beneficiaram dos favores da glória outorgada pela Academia Sueca (os médicos Karl Landsteiner, descobridor dos grupos sanguíneos, e Thomas Morgan, descobridor dos genes, os químicos Linus Pauling, teórico da ligação química, Dorothy Hodgkin, descobridora das estruturas do colesterol, penicilina e vitamina B12, e Willard Libby, inventor da datação por carbono14, e os físicos John Bardeen, inventor do transístor e teórico da supercondutividade, e Charles Townes, inventor do maser); os outros bem poderiam ter tido o Nobel, mas por uma a razão ou por outra (por exemplo, por a respectiva área não ter direito a prémio) não o tiveram (os químicos Leo Baekeland, inventor do plástico, e Wallace Carothers, inventor do nylon, o geólogo Alfred Wegener, descobridor da deriva dos continentes, o antropólogo Raymond Dart, descobridor do “Australopithecus”, o astrofísico Georges Lemaître, teórico do “Big Bang”, a física Lise Meitner, teórica da cisão nuclear, e o físico Frank Oppenheimer, “pai” das primeiras bombas atómicas, o engenheiro Konrad Zuse, pioneiro da computação, a química Rosalind Franklin, pioneira da estrutura do DNA, o médico Jonas Salk, descobridor da vacina da poliomelite, e o físico e escritor Charles Snow, autor da tese das “duas culturas”).

Em paralelo com a sua actividade de investigação na área da Química, a Epistemologia, a História das Ciências e a Divulgação Científica têm suscitado o seu vivo interesse ao ponto de “criar discípulos” e ter “netos científicos”.

Desde 1994, leccionou disciplinas de âmbito científico-cultural, de que se destacam Ética das Ciências e das Técnicas, História das Ideias em Química, História das Ciências e Ciência na História (Licenciaturas em Química, Ensino da Física e da Química - Variante Química e Bioquímica).

De 2003-2006, leccionou, em colaboração, no curso de Mestrado/Especialização na Universidade do Minho Evolução e origem da vida, as disciplinas História das Ideias, Filosofia das Ciências e Temas Interdisciplinares.

De 2004 a 2007, colaborou na leccionação de várias disciplinas do curso de Mestrado/Especialização Química aplicada ao património cultural (2004-2007).

Desde 1999, é colaboradora permanente do JL. Jornal de Letras, Artes e Ideias, tendo tido a seu cargo a coluna Ciência e Sociedade.

Semana Santa "aquece" Roma Portuguesa






«Oito concertos, um espectáculo de "ballet" e dez exposições. São estes os eventos culturais que integram o programa oficial da "Quaresma e Solenidades da Semana Santa de Braga 2011", que abre na Quarta-feira de Cinzas, 9 de Março, e encerra no domingo de Páscoa, 24 de Abril.

O programa mantém intacto o seu cariz religioso, sendo que muitos dos actos religiosos podem também ser encarados como culturais, dependendo da intenção de quem neles participa.

O esforço da Comissão da Semana Santa em conter os gastos não beliscou o programa cultural que conta com o envolvimento de "forças vivas" da cidade. Dos oito concertos programados, o cónego Jorge Coutinho, presidente da Comissão da Semana Santa, destacou dois: o que acontece a 19 de Abril, na Sé, com o Coro da Sé Catedral do Porto, com orquestra e solistas; e o que se vai realizar, a 15 de Abril, na igreja de São Marcos, um Requiem de Mozart, pela Orquestra de Câmara do Distrito de Braga e Coro da Associação de Pais do Conservatório Calouste Gulbenkian.

O espectáculo de "ballet" acontece a 7 de Abril, no auditório Vita. Intitulado ‘Compasso’, é protagonizado por alunos do Colégio Teresiano de Braga.

Exposições em Braga e não só

Quanto a exposições, são dez as que se realizam no contexto da Semana Santa de Braga, nem todas nesta cidade. ‘Dos escombros à luz’, uma exposição alusiva à paixão e Páscoa, fica patente, de 9 de Março a 30 de Abril, no Museu Pio XII.

‘Paixão do barro’ decorre de 15 a 22 de Abril, no Tesouro-Museu da Sé de Braga. A Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva mostra, de 15 a 26 de Abril, a exposição de fotografias ‘A Semana Santa de Braga’.

De 8 a 30 de Abril, a Casa dos Crivos mostra ‘Relicários na História da Igreja’.

‘A alegria cristã tem as suas raízes com forma de Cruz’ é o título da exposição de pintura a óleo do artista Casanova, patente de 9 a 29 de Abril, no Convento de Montariol. Ainda em Braga, a Junta de São Vítor terá patente a mostra ‘Cristo Crucificado’.

Na ala lateral da Catedral de Tuy, na Galiza, estará patente a exposição ‘Procissão de Nossa Senhora da Burrinha... e do Povo de Deus’, uma mostra que reúne imagens dos fotógrafos bracarenses Sérgio Freitas e Nuno Veiga. Para ver de 12 a 29 de Abril.

Também fora de Braga, na Biblioteca Professor Machado Vilela, em Vila Verde, decorrerá uma exposição de fotografia de Carlos Ribeiro, intitulada ‘Alguns dos momentos importantes da Semana Santa de Braga’.

A estas há ainda a juntar a habitual exposição que o centro comercial Braga Parque promove e ainda uma mostra itinerante sobre a Semana Santa de Braga que irá passar por várias cidades portuguesas.

Programa religioso de 16 a 24 de Abril

É com a trasladação da imagem do Senhor dos Passos da Igreja de Santa Cruz para a Igreja do Seminário que se iniciam as celebrações religiosas da Semana Santa de Braga, na noite de 16 de Abril.

No domingo de Ramos, dia 17, realiza-se a Bênção e Procissão dos Ramos e a Procissão dos Passos e Sermão do Encontro.

O cortejo bíblico ‘Vós Sereis o Meu Povo’/Procissão de Nossa Senhora da Burrinha está marcada para 20 de Abril, em São Vítor.

Na Quinta-feira Santa, dia 21 de Abril, destaque para a Missa Crismal e Bênção dos Santos Óleos e para a Procissão do Senhor ‘Ecce Homo’.

A Procissão do Enterro do Senhor é, como habitualmente, na Sexta-feira Santa.

No dia 24, celebra-se a Missa Solene do Domingo de Páscoa».